Fazendo o bem
Esta semana Bill Gates, o bilionário norte americano que construiu sua fortuna atuando na concepção e universalização de sistemas de informática, cumpriu sua promessa, e aposentou-se. Ao que tudo indica, Gates passará a dedicar-se exclusivamente à filantropia através de ações humanitárias protagonizadas a partir da fundação Bill e Melinda Gates. Certamente ele terá a seu dispor verbas milionárias construídas a partir de sua atividade ao longo de anos à frente da Microsoft.
A notícia da aposentadoria precoce de Gates levou-me a refletir sobre como fazer o bem no contexto da sociedade em que vivemos, analisando pelo menos dois aspectos desta equação: o que devo fazer e de quanto dinheiro necessito.
O que devo fazer?
Em minha opinião a resposta a esta pergunta é a grande “aventura da vida”. Mesmo para mim, que sou cristão e acredito num Deus conhecedor do passado, presente e futuro, a resposta a esta pergunta crucial vem a conta gotas, ou seja, dia após dia. É bem verdade que há eventos marcantes, a partir dos quais pode-se descortinar uma nova perspectiva sobre como fazer o bem à humanidade. Mas essencialmente há um longo processo que se estabelece durante nossa vida e que vai alimentando este “o que” por cuja resposta tanto ansiamos. Não é por outra razão que há tantos métodos para se descobrir qual profissão devemos seguir. Alunos iniciam cursos para em seguida interrompê-los e iniciarem outros, às vezes em áreas completamente distintas das que começaram. Outros concluem seus cursos mas seguem carreiras profissionais distintas das carreiras acadêmicas. Isto porque, embora a formação acadêmica seja de vital importância, ela não é a palavra final em termos de como você irá fazer o bem à sociedade.
De quanto dinheiro necessito?
Há uma tendência natural de acharmos que necessitamos de bastante dinheiro para fazermos o bem. E não há dúvida de que, com bastante dinheiro, potencialmente pode-se fazer o bem muito bem. Mas, sem trocadilhos, vamos fazer um esforço e lembrar de pessoas que fizeram o bem com muito pouco dinheiro. Gandhi, madre Tereza da Calcutá, Jesus Cristo. Eles são apenas alguns exemplos de como pode-se impactar de forma substancial a humanidade fazendo o bem como muito pouco dinheiro. Não estou fazendo aqui uma defesa da pobreza pura e simplesmente. Apenas quero dizer que, com o dinheiro que você já possui, você pode fazer muito o bem se tiver clareza “do que deve fazer”. O dinheiro ocupa um papel acessório sobre nossas realizações. Ele é importante mas nunca categórico em termos do impacto de nossas ações para o bem da humanidade.
Uma palavra final
A história reconhecerá que Bill Gates ocupou um papel importante na sociedade. Certamente sua grande contribuição se deu no campo onde ele atuou profissionalmente e presenteou a humanidade com sistemas que tornaram a vida mais fácil. Sua “filantropia” funcionou bem nesta primeira fase e esperamos que ele também cumpra um papel relevante nesta nova etapa.
E você, como está planejando fazer o bem? Será que está insatisfeito com seus ganhos pessoais, achando que são impeditivos para fazer o bem da maneira que considera ideal?
Então mire-se nos exemplos daqueles que foram extremamente criativos para alcançar as pessoas com o bem, bem acima do bem ou do mal que o dinheiro potencialmente poderia fazer.
FONTE: Paulo de Tarso