Conseqüências do pecado sobre a administração do dinheiro I
De maneira geral, o pecado teve como conseqüência básica a quebra do relacionamento do homem com Deus. O fato é que todas as áreas de ação ou pensamento do homem foram afetadas pelo pecado. Os teólogos chamam de “depravação total” este fenômeno de amplitude irrestrita em seus efeitos.
Vejamos pelo menos algumas áreas da administração do dinheiro que foram afetadas pelo pecado:
Trabalho Árduo
Logo em seguida à queda do homem, Deus colocou de maneira direta, algumas das conseqüências do pecado em relação às posses: necessidade de trabalho pesado para produção de alimentos; a terra produziria espinhos e ervas daninhas. “E ao homem declarou: “Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra,…” (Gênesis 3.17-19). Tudo o que o homem tinha de forma naturalmente providenciada por Deus, agora passa por um exaustivo processo de produção, no qual, o homem tem que imprimir um esforço árduo para a obtenção do resultado desejado.
Egocentrismo
O homem se concentra em si próprio, em suas necessidades e desejos. Não há uma preocupação com Deus ou com seus semelhantes. O foco passa a ser o eu. É impressionante notar como o pecado afetou a noção do homem de eternidade. É bem possível que, não tendo mais uma perspectiva de eternidade, e consequentemente, centrando esforços para uma satisfação imediata de suas necessidades e desejos, o homem se volta primordialmente para a obtenção de bens materiais, deixando em segundo plano a busca dos relacionamentos, seja com Deus, ou com o seu semelhante. Jesus colocou de maneira apropriada a forma pela qual o homem poderia ser destronado do centro das atenções quando disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? (Mateus 16.24-26). A implicação é que não vale a pena ter todo o dinheiro do mundo se isto implicar num distanciamento eterno do Criador.
Cobiça
Segundo o Dicionário Ilustrado da Bíblia, a cobiça é o desejo intenso de possuir algo (ou alguém) que pertence a outra pessoa.
O pecado levou o homem a desejar cada vez mais dinheiro. Impressiona-nos o fato de que este desejo de possuir o dinheiro de seus semelhantes afeta diretamente os relacionamentos com as pessoas e com o próprio Deus.
Com o pecado, a cobiça passou a ser uma marca tão indelével na vida do homem, que Deus reservou um dos dez mandamentos para tratar especificamente deste mal, “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença“. Diversos pecados mencionados na Bíblia estão ligados à cobiça: o desejo de Acã (Josué 7.20-21), o desejo de Geazi (2 Reis 5.20-27), a traição de Judas (Mateus 26.14-15).
Avareza
A avareza é a apego excessivo ao dinheiro ou às riquezas. A avareza afeta parcial ou completamente nossa capacidade de dar, de exercer a generosidade, que é um dos mais excelentes alvos da vida cristã (At 21.35b). O apóstolo Paulo considerou a avareza uma espécie de idolatria (Cl 3.5).
A parábola do rico insensato evidencia bem essa incapacidade do homem de repartir seu dinheiro com outras pessoas. A terra havia produzido bastante, então o homem rico pensou em construir celeiros maiores e disse para si próprio: “Você tem grande quantidade de bens, armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se.” (Lucas 12:19). A resposta de Deus é conclusiva: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?’ “Assim acontece com quem guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus“. (Lucas 12.20-21).
FONTE: Paulo de Tarso