Afinal de contas – o que é o sucesso financeiro?
Eu havia sido marcado um encontro com um amigo em uma organização e aguardava na recepção. Quando ele chegou, nos cumprimentamos e ele me apresentou a uma pessoa dizendo que eu dava palestras de educação financeira. Então aquela pessoa a quem eu estava sendo apresentado brincou comigo dizendo que queria saber o meu saldo bancário para ter certeza de que a coisa realmente “funcionava”. Após aquele encontro, eu fiquei refletindo mais uma vez sobre aquela colocação e sobre a relação entre sucesso financeiro e saldo bancário.
Uma concepção antiga
Sinto-me seguro em afirmar que, em geral, quando dizemos que uma pessoa é financeiramente bem sucedida significa que ela possui muitos bens, uma conta polpuda, vários tipos de investimentos e tudo o mais. Ou seja, o sucesso financeiro está diretamente ligado ao montante dos chamados ativos financeiros. Mas aí vem a seguinte questão. E as pessoas mais simples, sejam assalariadas ou não, será que elas não poderiam ser contadas como pessoas financeiramente bem sucedidas? Será mesmo que o sucesso financeiro está reservado para um pequeno percentual de pessoas cujos ativos atingiram um patamar de destaque em relação aos pobres mortais?
Uma visão mais ampla
Quando imaginamos o sucesso financeiro apenas sob o aspecto de acumulo de ativos estamos num terreno escorregadio. Primeiro porque o sucesso precisa contemplar outras áreas da vida, principalmente àquelas ligadas aos relacionamentos. Lembro-me de uma pesquisa divulgada na revista Época em que 84% dos executivos se diziam infelizes com o seu trabalho. Ou seja, embora ganhem bem, há outras áreas que estão sendo negligenciadas, principalmente àquelas relacionadas ao relacionamento familiar. Ou seja, o sucesso, num sentido mais amplo, é alcançado quando conseguimos entender o nosso papel para nossa breve existência aqui neste mundo e damos os passos necessários para implementar este plano.
Como o dinheiro entra nessa história?
Bom, o dinheiro cumpre um papel coadjuvante, vamos dizer assim. Ele não é o ator principal, mas colabora de alguma forma dando o suporte necessário para a implantação do plano sobre o qual falamos acima. Você já notou que grande parte dos homens e mulheres que marcaram a história mundial não foram pessoas de posses? Este fato nos dá uma noção mais profunda de que o sucesso não guarda uma relação estrita com a quantidade de dinheiro que alguém possui. Às vezes pode ser justamente o contrário. Muito dinheiro pode nos tirar do foco e fazer ruir o plano principal que queríamos alcançar.
Então, o que é o sucesso financeiro?
Entendemos que o sucesso financeiro se dá em termos de uma administração pautada em princípios que devem ser colocados em prática, independentemente da quantidade de dinheiro que conseguimos ganhar. Por exemplo, se uma pessoa tem muito dinheiro mas se esquece dos outros e olha só para suas necessidades e desejos, ela não está sendo financeiramente bem sucedida por que está relegando um princípio fundamental da administração do dinheiro, que é a generosidade. Lembro-me de que Jesus chamou de insensato uma pessoa assim (leia o relato de Lucas sobre o caso – Lucas 12.13-21). Houve, no entanto, uma viúva pobre que exerceu a generosidade mesmo possuindo muito pouco (Leia Lucas 21.1-4). O que isto que dizer? Significa que o sucesso financeiro ocorre quando estamos exercendo os princípios norteadores da boa gestão do dinheiro tais como trabalhar com excelência, poupar e investir, ser generoso, ser cauteloso no endividamento, gastar com sabedoria, entre outros. Eu acho que está é a boa notícia, a de que, independentemente do quanto ganhamos, podemos ser pessoas financeiramente bem sucedidas se colocarmos em prática estes princípios e estivermos focados em realizar o plano que nos foi proposto. Ou seja, a quantidade de posses é importante na equação do sucesso financeiro, mas há outras variáveis que necessitam ser igualmente desvendadas.
Sucesso!
FONTE: Paulo de Tarso (Paulo de Tarso é engenheiro civil. É o idealizador do site Finanças para a Vida e organizador do livro e do Seminário Sabedoria Financeira.)