Finanças Pessoais

Empresas e projetos sociais

O chamado terceiro setor, que encabeça os denominados “projetos sociais”, estão em bastante evidência nestes últimos tempos. Empresas de médio e grande porte usam essas ações como mais uma ferramenta de marketing e através delas tentam mostrar para a sociedade o quanto estão preocupados com os menos favorecidos.

Qual o verdadeiro projeto social de uma empresa?

Qual o verdadeiro projeto social de uma empresa? Pra mim é fornecer o melhor produto possível aos seus usuários, pelo menor preço possível, isso para ser bastante sucinto. No entanto, o que acontece na prática? Esta empresa acaba sendo uma das primeiras na lista de reclamações do PROCON, mas se gaba de investir em um ou mais “projetos sociais”. Penso que isto é uma incoerência, pois se ela não consegue atender bem seu usuário final, com um serviço de qualidade e baixo custo, qualquer esforço de mostrar relevantes serviços sociais torna-se uma balela, e mais uma forma de ludibriar a sociedade. Evidentemente não se requer a perfeição, mas aqui o mais importante é rever o conceito de projeto social. Em minha opinião o verdadeiro projeto social de qualquer empresa está diretamente ligado à razão pela qual ela existe, ou seja, sua missão e não projetos periféricos que, embora tenham a sua importância, não são cruciais para o sucesso da empresa que os leva a cabo.

Lucro x ação social

Será que há alguma incoerência entre obter lucro e estabelecer ações sociais? Eu entendo que não. Veja que mesmo numa atividade lucrativa, como caracteriza as empresas e os negócios existentes no mundo inteiro, o bem estar da sociedade sempre deveria ser o alvo maior, a grande missão de qualquer empreendimento. Por isso não dá para entender, por exemplo, como uma empresa que atua como monopólio cobra preços aviltantes pelos seus serviços, mas exibe campanhas publicitárias mostrando que investe neste ou naquele projeto social. Neste caso, sua grande obra social seria baixar os preços e níveis coerentes para seus usuários. Esta sim, seria uma excelente ação social e merecedora de aplauso. Ma não é o que normalmente acontece. Por isso é urgente revermos nossos conceitos, sob pena de termos milhares de empresas se ufanando de levar a cabo projetos sociais, mas que estão longe de atender minimamente as pessoas que são objeto e razão de sua existência.

E o governo. Qual sua responsabilidade?

Em minha opinião, o governo tem a obrigação mínima de usar bem o dinheiro arrecadado da sociedade, mas na prática isso fica muito a desejar. Incompetência, corrupção e muitos interesses conflitantes, só para citar alguns, minam consistentemente as ações de governo em prol de uma sociedade mais justa e atendida em suas necessidade mínimas. Alem do mais, a postura é extremamente paternalista. Não leva o povo a fazer as coisas. Quer fazer pelo povo. O resultado é bastante precário.

Quem deveria fazer o que?

Perceba que, se as empresas decidissem fazer o que fazem com excelência, haveria muito menos necessidades destas ações sociais clássicas. Por exemplo, se escolas, públicas e particulares, atuassem com excelência, fazendo o melhor e cobrando menos, haveria menos necessidade de ações educacionais por parte de empresas que nada entendem disso, mas criam essas ações muitas vezes com uma estrutura muito mais cara só para dizer que têm projetos sociais. E este fenômeno acontece em muitas outras áreas onde bastante dinheiro e energia acabam sendo desperdiçados.

            Os classicamente chamados projetos sociais não são importantes? Claro que são! Pois sempre haverá necessidades específicas a serem supridas. No entanto, o que quero reiterar é que se as empresas privadas oferecerem seus serviços e produtos com o menor custo e maior benefício possível, estarão levando a cabo um projeto social de extrema relevância e sem precedentes.

Sucesso!

FONTE: Paulo de Tarso

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